quarta-feira, novembro 09, 2011

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Para compensar a ausência, uma história inédita.


Foi numa manhã de verão.

Um jovem Cássimo ia ter a sua 1ªaula do dia (sala B16?). Chegaria atrasado, tal como obrigam as regras da adolescência! Caminha naturalmente até que avista uma jovem rapariga de belos cabelos dourados e olhar doce. Aquele olhar de quem sabe o que faz, fingindo não o saber fazer! Vocês sabem! Irresistível!

Caminhavamos em direcções opostas ao longo do corredor. O contacto visual foi imediato e constante. Perto! Eu adoptei aquela passada confiante de leão. Eu não a deixava ir, e ela não me largava. Mais perto!! Nunca a vi por cá. Deve ser uma miúda nova! Esta já não me foge! Cada vez mais perto!!! Apanhei-te sua marota! O meu olhar está preso no dela! Faltam escassos metros e...

PAAMMM!!!!

Esbatelei-me contra um poste!

O jovem Cássimo que acabou por entrar na sala de aula, já não era o mesmo galifão que segundos anos passeava nos corredores e nunca ninguém chegou a saber do meu caso com o poste...



...só a menina loira.

sábado, agosto 20, 2011

QuadrAdo

Ai a preguiça, a preguiça!



Aproveito agora que são 5H06(quando escrevi que eram 5H06 ,que entretanto já se pôs mais tarde!) para por aqui um som à maneira, no máximo da potência que estas colunas permitem para, permitam a redundância a um pobre homem que já bebeu uns copos, umas músicas bem à maneira.

Eu nem sou uma pessoa vingativa, mas se os meus vizinhos podem passar brasileirada à noite, eu posso bombar isto de madrugada!

Os meus vizinhos do país irmão, poem música ad infinitum, todos os fins de semana, e feriados, e dias de festa, e dias santos. De segunda a domingo, há festa ali no apê!

Aquela matraqueada de samba/funk/carnaval. Epá, aquilo até é giro, mas êxitos como: "Chumba, Chumba, Chumba!!!", "Passa a Cangota na Champola!" ou "A Biluga Astral." são giros até às 1H36 ,vá quanto muito até às 2H54.

A única coisa que valeu a pena importar do Brasil foi o Jardel, que voava sobre os centrais, e a Mulher-Melancia, que atinge a velocidade 5.

E só para que saibam, eu cheirar a churrasco não é culpa do meu desodorizante;(que por sinal aconselho) são os sacanas dos zucas que fazem grelhada mista sempre que o sol nasce!

Por isso, por agora, a Pós-Modernos pelos GNR é a minha declaração de guerra aos Vapores do Rego aqui do nº79.

É GUERRA, MAI BRÓDA!

sábado, maio 14, 2011

Pun

A IMPERIAL-PRODUTOS ALIMENTARES SA garante a alta qualidade deste produto, cuidadosamente confeccionado a partir de uma selecção de cacaus africanos, amêndoas e avelãs portuguesas e submetido ao mais rigoroso Controlo de Qualidade. Contudo, se verificar qualquer alteração ou danificação nesta caixa de frutos secos cobertos com chocolate de leite devido ao calor, humidade ou outras causas, agradecemos que nos envie esta caixa e o seu conteúdo acompanhados desta garantia devidamente preenchida. Teremos o maior prazer em proceder à sua imediata substituição.

Motivo de reclamação:_________________________________




Caros Senhores chocolateiros da confeitaria IMPERIAL,

Venho por este meio, mostrar alguma da minha surpresa em relação às vossas amêndoas cobertas com chocolate -Jubileu. Se em termos de chocolate até se mostraram dignas do nome, já no campo da amêndoa deixam algo a desejar.

Tomo a liberdade de explicar:

Digamos que, quanto à consistência, as vossas amêndoas mais parecem pedras; em relação ao seu peso e massa, parecem pedras; textura, pedras; sabor, pedras... mas esperem lá; e não é que são mesmo pedras! (como decerto poderão constatar junto do exemplar no interior da embalagem que agora vos estimada e respeitosamente devolvo.)

Não escrevo este apontamento com duas pedras na mão. Não pretendo de maneira alguma que o sintam como uma crítica à vossa idoneidade enquanto produtores de delícias achocolatadas. Quem nunca errou que atire a 1ªpedra! Contudo, na remota e insensata hipótese de porventura não jubilarem com este género de míssíva e desejarem evitar receber novos fascinantes relatos de mais clientes surpreendidos; aconselhar-vos-ia simplesmente a corrigir a informação presente no rosto da vossa embalagem com o asterísco "*onde se lê amêndoas, leia-se calhaus."

Nunca, em tempo algum me passou pela cabeça que tenham simplesmente coberto pedrinhas com chocolate e vendido como se de bombons gourmet se tratasse, nem me atrevería a tal infame calúnia. É minha convicção, inabalável como uma rocha, que decerto os vossos chocolates são envelhecidos durante largos anos em pipas de casca de carvalho, o que terá levado as pobres amêndoas a fossilizar.

Grato pela vossa atenção.
com os meus emperdernidos cumprimentos,
Hugo Cássimo
um cliente amargado com a amêndoa.

domingo, maio 01, 2011

segunda-feira, abril 25, 2011

terça-feira, fevereiro 22, 2011

PA

Todos nós tivemos infâncias banais.

Quem nunca acordou às 6H59 da manhã, ao sábado, para ir ver desenhos-animados? Quem nunca poupou dinheiro para comprar carteirinhas de cromos dos craques? Quem nunca desenhou guerras épicas entre homens-palito nos cadernos da escola? Quem não correu doentiamente até ao campo de futebol para apanhar uma baliza? Quem não festejou na rua quando o Freeza foi derrotado? Quem nunca passou verões inteiros com os avós?

e já agora: Quem nunca teve um tamagotchi? -Eu.

É verdade, nunca tive um tamagotchi e odiava quem o tinha. Por essa altura, jurei acabar com a praga. Minha missão; aniquilar todos os tamagotchis. Pôr um fim aquelas alminhas de plástico! Executar um genocídio pixelado!

Ora, todos os tamagotchis tinham um botãozito encafuado lá atrás que reiniciava o programa ou, simbolicamente "matava o bicho" ,mas essa era a solução fácil e pouco elegante para um cavalheiro de palmo e meio como eu. Eu tinha de ser mais sofisticado e não podia atacar cobardemente o tamagotchi pelas costas. A minha técnica era a agoniante morte por congestão. Primeiro enchia-lhes o bandulho e depois dava-lhes uns valentes banhos.

E foi através deste método, que consegui exterminar o surpreendente total de 0tamagotchis. Acho que nunca percebi o porquê da morte por congestão não funcionar, já que, na minha mente iluminada de génio do mal, não havia brechas conceptuais ao plano.

"Mas por que raio não morre isto?! Que xixi cocó!" -imagino eu que resmungasse um frustrado mini-Cássimo.

Enfim...

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Buzinão

Falta tempo e vontade.
Adiante.


A minha educação enquanto jovem imberbe teve as suas peculiaridades. Digamos que cresci no seio de uma familia onde a Política era uma matéria a par da Filosofia e não aquela coisa do «é tudo uma cambada de bandidos que só nos querem vir aos bolsos! Era pô-los todos a trabalhar! Gatunos!». Outro dia em conversa (estas coisas aparecem sempre em conversas) apercebi-me que muitos brinquedos que eu tive durante a minha querida infância, já estavam subliminarmente politizados. Exemplo: PlayMobil

Todos os garotos tinham PlayMobil's, PlayMobis, PlayMobiles...vários PlayMobil: o forte dos cowboys, o jipe, o barco dos piratas, o carro de corridas, a ilha do tesouro, o helicóptero. Eu por outro lado, tinha um excitante camião TIR (com atrelado) ,um excitante camião do lixo e uma excitante bomba de gasolina. O que tem todos eles em comum? São símbolos da exploração sobre a classe trabalhadora.

Ah! Também tive um veleiro PlayMobil; mas o mais provável é que o seu proprietário fosse um porco capitalista, dono duma empresa de camionagem, duma empresa privada de recolha do lixo e duma bomba de gasolina cartelizada.